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abr 10

Numa cidade do interior

Numa cidade do interior o Promotor de Justiça chama sua primeira testemunha, uma velhinha, de idade bem avançada e para começar construir uma linha de argumentação, o Promotor pergunta à velhinha:

– Dona Genoveva, a senhora me conhece ?  sabe quem eu sou e o que faço ?

– Claro que eu o conheço, Vinicius! Eu o conheci bebê; seus pais só choravam e deveria ser pelo pintinho pequeno que você tinha. E, francamente, você me decepcionou. Você mente, você trai sua mulher, você manipula as pessoas, você espalha boatos e adora fofocas. Você acha que é influente e respeitado na cidade quando, na realidade, você é apenas um coitado, nem sabe que a filha está gravida e, pelo que sei, nem ela sabe quem é o pai. Ah, se eu o conheço! Claro que o conheço.

O Promotor fica petrificado, incapaz de acreditar no que estava ouvindo.

Ele fica mudo, olhando para Juiz e para os jurados e sem saber o que fazer, aponta para o advogado de defesa e pergunta à velhinha?

– E o advogado de defesa, a senhora o conhece ?

A velhinha responde imediatamente:

– O Robertinho ?  É claro que eu o conheço! Desde criancinha …. Eu cuidava dele para Neide, a mãe dele, pois sempre que o pai dele saía, a mãe ia para algum lugar se encontrar com o amante. Ele também me decepcionou. É preguiçoso, puritano, alcoólatra e sempre quer dar lição de moral nos outros sem ter nenhuma para ele. Ele não tem nenhum amigo e, ainda, conseguiu perder quase todos os processos em que atuou.  Além de ser traído pela mulher com o mecânico…  com o mecânico !!

Neste momento, o Juiz pede que a senhora fique em silêncio, chama o promotor e o advogado perto dele, se debruça na bancada e fala baixinho aos dois:

– Se algum de vocês perguntar a esta velha, filha da puta, se ela me conhece, vai sair desta sala preso! FUI CLARO ?

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